segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cidadão Kane brasileiro.



   Charles de Montesquieu, um grande pensador Iluminista, já dizia que em uma sociedade minimamente justa (democrática) deveria existir uma tripartição dos poderes públicos, os chamados Legislativo, Executivo e Judiciário. Contudo sua astúcia não pode prever o que, com o passar de alguns séculos se tornaria uma das mais assustadoras ditaduras já existentes.  
   Mais elaborada. Quase que um acordo tácito o qual não consultaram a nenhum de nós, a Ditadura dos Veículos de Informação de Massa vem determinando e padronizando comportamentos no Brasil desde a metade do século XIX pra cá. 
   De fato uma forma muito mais segura de se controlar movimentos sociais que roquem mudanças políticas ou econômicas, o ponto fraco de todo líder autoritário (poder + dinheiro).
   A questão é que nesse caso somos o cavalo. Cavalo que vestiu muito bem a sua rédea e seus antolhos, e que como o mais caro vestido da mais alta costura os exibe, se orgulha de não se definir e credita a esses meios uma representação pessoal e intranferível - A liberdade de pensamento e expressão.
   Dessa forma vimos grandes homens,  movimentos e ideais se esvaindo tais como o mais inúteis e maldosos de suas épocas. Histórias péssimamente contadas. Pretações de contas não realizadas. 
   Medalhas e medalhas a Roberto Marinho junto à sua maior criação, cobra que criamos em nossos seios.
  

domingo, 24 de abril de 2011

O tempo não para.

    Se pra você a vida corre, ás vezes eu a percebo parada, e por mais que eu ouça o "tic- tac" do relógio, eu sei que ela não evolui, não anda, está certamente estagnada.
   Eu ainda vejo o ônibus lotado andando e a obra da frente da minha casa cada dia mais perto do fim, mas ainda sim nada me convencerá de que a vida não parou.
   Vejo as crianças voltando da escola com a minha velha lancheira na mão, eu ouço mendigos bêbados cantarolando nas ruas atuais sambas do século XVIII. Eu sei! Eu sei que a vida parou!
   O despertador toca, o sol começa a passar pela persiana, que escurece ao máximo meu quarto barrando as luzes dos outdoors. Eu acordo dormindo, tomo banho dormindo, vou à escola e faço as demais atividades do dia dormindo, ao final, eu vou dormir dormindo.
   Meu sono é embalado pelo som das britadeiras do progresso, elas te acordam, te encomodam, mas para mim são cantigas de ninar. Meu sonho é profundo e tenro e ao invés de sonhar que estou acordado, eu sonho que estou dormindo, eu acordo que estou sonhando.
   Eu sou um feto de barba, cabelo e bigode, meu rosto e minhas mãos já sentem o pesar da idade. Mas eu anida nem acordei! E pelo visto, nem vou...

Sorria que a vida é crônica.

   Já no primeiro post gostaria de explicar o motivo pelo qual criei esse blog.
   Sempre me considerei um bom contador de histórias, algo como todo mundo olhando pra mim enquanto eu falava da merda que eu fiz no final de semana ou até fazendo piada sobre algum acontecimento. A questão é que quase sempre num momento indevido.
   Meu olhar crítico e bom humor somados a vontade de contar minhas histórias não renderam bons frutos na minha fase escolar, a não ser que considere bom fruto algo como milhares de broncas e até algumas suspensões.
   Quer saber? Coitados, mal sabiam que de nada vale somente reclamar da falta de imaginação das novas gerações sem de forma alguma instigar a criação delas. Não me admira o fato de decair vertiginosamente o nosso casting de BONS escritores, menos ainda a nossa rica taxa de alienação dessa e das próximas gerações que, por sua vez, vertiginosamente cresce.
   Que seja, venho aqui falar, discutir, transgredir e acima de qualquer coisa instigar. Que nós possamos fazer desse blog um lugar para boas conversas e ótimas conclusões.